Pontapé na atmosfera

O doping português

Já arrancou a fase de apuramento para o Mundial de 2006 na Alemanha e pode-se dizer que não podia ter corrido da pior maneira para Portugal.
Inquire, de certa forma, o amigo leitor deste blog o porquê esta afirmação já que a equipa das quinas até venceu o confronto, tido como um dos mais difíceis do grupo.
O que se passou é que ocorreu um caso grave de doping no seio da selecção nacional, quatro minutos depois da entrada de uma jovem letã seminua, ou seja, com as “catranofas” à mostra.
Resultado: a Letónia, até ali, quase a marcar, encaixou dois golos em apenas um minuto, fruto do “shot” de revigoração dado aos jogadores portugueses. Não sei se repararam mas as únicas pessoas contentes eram o público nas bancadas, a dita rapariga e…Scolari. Na cara dos jogadores letões um misto de vergonha e medo quiçá adivinhando o que se iria passar pouco depois. Na cara dos jogadores portugueses, o fantasma “ Paula” voltava a pairar no ar. È caso para dizer que ainda bem que o Fernando Couto não foi convocado porque senão a paragem era capaz de ser maior e o número de detenções passava a ser duas por atentado ao pudor.
No mesmo dia do jogo, por volta das 00h30, estive no aeroporto da Portela com uns amigos e reparámos que o voo proveniente de Riga estava atrasado e só aterrava ás 4h00 da matina. È claro que piadas surgiram logo aos pontapés envolvendo os vice-campeões da Europa, a rapariga letã e o sorriso malandro de Scolari…

Mais a sério

No que respeita ao jogo jogado, Portugal esteve aquém das expectativas. No primeiro jogo sem o trio Rui Costa, Figo e Fernando Couto, o futebol praticado pela equipa das quinas foi algo atabalhoado tendo como atenuantes o erro grave do árbitro, ao não expulsar um jogador letão quando este derrubou o isolado Pauleta e a jogada do segundo golo português.
Agora vem aí a Estónia e espera-se uma selecção vocacionada para o ataque e que consiga, ao mesmo tempo, vencer o jogo confortavelmente e realizar uma boa exibição.

As ameaças a Mourinho

No seu livro “Ciclo de Vitórias”, José Mourinho entornou o caldo denunciando que as ameaças recebidas antes da final da Liga dos Campeões foram feitas através do telemóvel do dirigente portista Reinaldo Teles. Mourinho refere ainda episódios como o da camisola rasgada de Rui Jorge e a não entoação do seu nome nos cânticos das claques portistas.
A resposta foi dada pela claque Super Dragões (SD), em conferência de imprensa onde afirma que as ameaças vieram de um elemento (não líder) da referida claque e surgiram por motivos passionais alegadamente envolvendo Mourinho e a namorada ou esposa do elemento portista. No caso dos cânticos, os líderes dos SD dizem que tudo se deveu aos incidentes de Alvalade.
Mas muitas perguntas baralham agora esta trama. A confirmar-se a versão dos SD, como é que as ameaças surgiram do telemóvel de Reinaldo Teles? Conhecendo os SD, como é que estes defendem o Sporting, clube rival e pelo qual nutrem um sentimento de puro ódio e não o seu treinador da altura? E porquê só agora surgiu esta versão?
Muito cheiro a esturro no ar e a impressão que fica é que alguém comandou os SD a fazer estas declarações. Inibo-me a atirar nomes sob pena de cair no óbvio…

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